Desde anos que amigos e família vinham ter comigo com questões de saúde — sabiam que adoro mergulhar nas pesquisas mais recentes e que gosto do trabalho de detective para desvendar desafios de bem‑estar. Depois, acabei por adoecer. Lidar com as minhas próprias condições crónicas levou‑me ainda mais fundo no mundo da investigação, e mostrou‑me na pele o quão complexa pode ser a cura.

Nesse percurso, percebi que tinha acumulado um conhecimento valioso que podia realmente ser útil a outras pessoas, por isso decidi formalizar a minha formação em abordagens integrativas e holísticas de saúde através da Functional Nutrition Alliance.

Hoje, como Consultora em Nutrição Funcional & Saúde Integrativa, junto essa experiência vivida com o meu percurso em antropologia, arte e yoga — além da paixão pela alimentação, medicina vegetal e pelo microbioma humano.

Depois do parto senti que o meu corpo se tinha virado contra mim — os sintomas acumulavam‑se, mas ninguém conseguia explicar porquê. Apesar de múltiplos exames (ressonâncias magnéticas, ecografias) e consultas com vários especialistas, ninguém encontrou causa para o pulsar constante no fígado, a fadiga persistente, dores articulares e pélvicas, pressão nos seios da face, neuropatia, os colapsos semanais tipo gripe, ou a lista cada vez maior de sinais autoimunes. Os meus exames laboratoriais eram inconclusivos. Os diagnósticos, vagos. E, ainda assim — o meu corpo gritava por ajuda. Sentia‑me realmente só. Acabei por descobrir, através da minha própria investigação, que estava a lidar com Long COVID, bolores ambientais, e uma infeção bacteriana persistente.

Procurei as minhas respostas, devorando livros de medicina funcional, fazendo formações em nutrição, seguindo pesquisas emergentes sobre microbioma, genética, inflamação e desintoxicação. Com medicina herbal, alimentos restauradores e suplementos naturais específicos, comecei aos poucos a desmantelar a inflamação e as camadas de desequilíbrio, recuperando gradualmente energia, clareza, e uma relação mais saudável com o meu corpo.

Passei de, durante mais de um ano, quase não conseguir sair da cama para reconstruir uma vida alicerçada numa compreensão mais profunda de como os nossos corpos funcionam. Desenvolvi rotinas de dia a dia mais saudáveis e aprendi a estar mais presente comigo mesma e com o meu processo de cura. Essa vivência mudou tudo. Abriu‑me os olhos para quantas pessoas ficam entre as falhas do sistema de saúde — especialmente cá em Portugal, onde toxinas ambientais como os bolores são comuns, mas raramente debatidas.

Para além das influências ambientais, aprendi também a ver como a nossa genética e a diversidade do nosso microbioma moldam as capacidades de cura: desde a capacidade de desintoxicação até à resiliência imunitária, e por que diferentes pessoas reagem de forma tão distinta às mesmas exposições. A cura não é algo igual para todos — é um trabalho tranquilo, paciente, de escuta da história do teu corpo e de montagem cuidadosa das peças.

Tudo o que partilho contigo agora, vivo‑o também na minha própria vida. Não porque persiga perfeição, mas porque descobri o que realmente funciona para pessoas reais, no mundo de hoje. Não vivo de restrições ou de privações. Em vez disso, aprendi a reconhecer as minhas necessidades únicas e as limitações do meu organismo — e isso trouxe‑me uma apreciação mais profunda pela comida, pelo nutrimento — algo que também podes experienciar tu.